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Das sardinhas grelhadas ao mungunzá, das bifanas à canjica e da sangria ao quentão, as Festas Juninas brasileiras exemplificam como a cultura se internacionaliza e se adapta a novos contextos. Com origens europeias, essas celebrações chegaram ao Brasil no século XVI com os colonizadores portugueses e foram transformadas e readaptadas aos costumes locais.
Os historiadores afirmam que as celebrações de junho têm origem em festas pagãs europeias realizadas na transição da primavera para o verão, destinadas a afastar pragas e espíritos malignos que ameaçavam as colheitas. Com a expansão do cristianismo, essas festividades foram incorporadas ao calendário católico e associadas a três santos celebrados em junho: Santo Antônio, São João e São Pedro.
Ao chegar ao Brasil, as festividades se transformaram e desenvolveram características próprias. Com influências africanas, indígenas e francesas, a celebração incorporou a exuberância e a diversidade cultural brasileira, adaptando-se ao contexto rural e à vida no campo, mas ainda com fortes heranças europeias, principalmente portuguesas.
Em Portugal, as Festas dos Santos Populares continuam a ser uma parte vital do patrimônio cultural do país, enchendo as ruas e vilas de cores e alegria, com destaque para as cidades do Porto, onde se celebra São João, e Lisboa, onde nasceu e – por este motivo – festeja-se Santo Antônio. Já no Brasil, as cidades nordestinas de Caruaru e Campina Grande são os grandes polos do festejo, atraindo milhões de pessoas todos os anos.
Apesar das diferenças, é possível notar similaridades entre as tradições que foram preservadas ao longo dos anos, como a fogueira, acesa tanto em Portugal quanto no Brasil para celebrar e purificar; a decoração com bandeirinhas e balões; algumas comidas típicas, como milho assado, pães e doces; além do importante papel cultural que celebra a identidade das duas nações.
As festividades culturais mostram que a difusão cultural é um processo dinâmico de adaptação e reintegração. Sejam as festas dos Santos Populares ou as Festas Juninas, essas celebrações ilustram a internacionalização cultural como um processo que enriquece ambas as culturas envolvidas e destaca a importância de abraçar a adaptação e evolução ao exportar práticas para novos ambientes.
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